O private equity está a tocar à campainha dos escritórios de advogados espanhóis: será que vão abrir a porta aos investidores?
O interesse do private equity no sector jurídico continua a crescer em Espanha, marcando um ponto de viragem na evolução das sociedades profissionais. Para além de operações como a aliança da ECIJA com a Alia Capital, existem outros movimentos no mercado que confirmam uma tendência para a profissionalização, a expansão e a abertura internacional das sociedades de advogados.
Neste contexto, Hugo Écija, presidente e fundador da ECIJA, defende que a incorporação de investidores financeiros representa uma oportunidade para o sector e não uma ameaça à sua independência.
"O grande mito é pensar que um fundo condiciona a independência da empresa ou a sua cultura. Na realidade, quando o parceiro financeiro é bem escolhido, dá-se o contrário", afirma Écija.
O fundador da ECIJA sublinha que, após a aliança com a Alia Capital, a sociedade"continua a ser uma sociedade de advogados dirigida por advogados, mas com uma mentalidade empresarial e tecnológica que nos permite competir num mercado cada vez mais exigente".
Para Écija, a entrada do private equity representa uma mudança de paradigma no modelo de gestão das sociedades de advogados:
"Permitiu-nos acelerar projectos estratégicos, especialmente em inteligência artificial, talento e expansão internacional, reforçando a nossa presença como a firma espanhola com maior presença na América Latina".
A evolução do sector confirma uma tendência global que combina capital, tecnologia e visão. Os fundos de investimento não só proporcionam liquidez, mas também competências de gestão e uma visão empreendedora que impulsiona a transformação estrutural dos serviços jurídicos.
Leia o artigo publicado no Cinco Días.